Exposição em São Paulo demonstra multiculturalismo da arte portuguesa

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Porto Canal com Lusa

São Paulo, Brasil, 07 set (Lusa) - A multiculturalidade de Portugal será apresentada ao Brasil, numa grande mostra de arte contemporânea, chamada "Portugal Portugueses", cuja abertura ao público acontece na próxima sexta-feira, em São Paulo, como destaca o curador da exposição, Emanoel Araujo.

Em entrevista à agência Lusa, Emanoel Araujo diz que as obras reunidas para esta mostra revelam a singularidade de Portugal, um país que levou a sua cultura para África, Brasil e Oriente, enriquecendo-se com estes contactos.

"Armei a exposição sobre arte portuguesa, pensando que este país tem uma característica única. Portugal teve sua formação balizada nas conquistas ultramarinas, tornando-se multicultural. Esta mistura é um traço fundamental, muitas vezes esquecido, que aparece nas obras modernas, e que agora o público será capaz de ver aqui [no Brasil]", disse.

O curador comentou que os artistas expostos nesta mostra são, na sua maioria, desconhecidos do público local. E também explicou que, pensando em fazer uma exposição que apresentasse a arte portuguesa de forma panorâmica, dividiu o conjunto de obras e artistas escolhidos em três vertentes de linguagem - três diferentes áreas de expressão -, sendo estas a "arte geométrica", a "arte jovem abstrata" e a "arte figurativa".

Ao todo, a exposição vai reunir 270 obras de 40 artistas, alguns com ligação ao Brasil, como duas figuras determinantes para a contemporaneidade da arte portuguesa: Maria Helena Vieira da Silva, que se refugiou no país, com o marido, Arpad Szenes, durante a II Guerra Mundial, e Fernando Lemos, que aí se fixou, no início da década de 1950.

É uma das maiores exposições de sempre da arte contemporânea portuguesa, no estrangeiro, de acordo com a organização, que destaca "a relação entre Brasil, África e Portugal", no âmago da mostra, "demonstrando as semelhanças e diferenças de cada país, e as influências das culturas africana e portuguesa, além da indígena, na construção da identidade brasileira".

Entre dezenas de pinturas, esculturas e fotografias, estará a instalação sonora e cinética "Coração Independente Vermelho", de Joana Vasconcelos, que reconstrói, em talheres de plástico, as icónicas peças da filigrana portuguesa, associadas a Viana do Castelo e ao culto do Sagrado Coração de Jesus.

"É uma peça grande muito importante que receberemos no Brasil", destacou Araújo, à agência Lusa.

No itinerário, estão ainda, entre outros, trabalhos de Helena Almeida, Paula Rego, Joaquim Rodrigo, Jorge Molder e Julião Sarmento, Lourdes Castro, Pedro Cabrita Reis e José Pedro Croft, outras figuras centrais na arte portuguesa, nas últimas cinco décadas, uma grande instalação de Miguel Palma, e de outros artistas portugueses radicados no Brasil como Orlando Azevedo, além de Fernando Lemos.

Haverá três núcleos expositivos especiais na exposição, nomeadamente "Homenagem a Bordalo Pinheiro", "Africanos portugueses" e "Brasileiros portugueses".

"Portugal Portugueses" contará ainda com obras de Albuquerque Mendes, Ana Vieira, Antonio Manuel, Artur Barrio, Ascânio MMM, Cristina Ataíde, Didier Faustino, Francisco Vidal, Gonçalo Pena, João Fonte Santa, João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, Joaquim Tenreiro, José de Guimarães, José Loureiro.

Manuel Correia, Michael de Brito, Miguel Soares, Nuno Ramalho, Nuno Sousa Vieira, Orlando Azevedo, Paulo Lisboa, Pedro Barateiro, Pedro Valdez Cardoso, Rui Calçada Bastos, Sofia Leitão, Teresa Braula Reis, Tiago Alexandre, Vasco Araújo, Vasco Futscher e Yonamine são outros dos artistas representados.

Esta grande exposição faz parte de uma trilogia e sucede a "Africa Africans", eleita pela Associação Brasileira de Críticos de Arte como a melhor exposição do ano de 2015.

A mostra será inaugurada na quinta-feira e ficará aberta ao público de sexta-feira, 09 de setembro, até ao dia 08 de janeiro de 2017, no Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.

CYR (AG) // MAG

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