"É natural que processo político seja de negociação permanente" - Carlos Costa
Porto Canal / Agências
Lisboa, 14 mai (Lusa) - As divergências públicas entre os dois partidos da coligação governamental (PSD e CDS-PP) sobre algumas medidas a aplicar no âmbito do Orçamento de Estado fazem parte da negociação política, considerou o governador do Banco de Portugal.
"É natural que o processo político seja de negociação permanente", afirmou hoje Carlos Costa, à margem da apresentação das contas de 2012 do Banco de Portugal, na sede em Lisboa.
O governador tinha sido questionado pelos jornalistas sobre a rutura que terá estado à vista este fim de semana entre os dois partidos que estão no Governo, e que poderia ter levado à queda do executivo liderado por Passos Coelho, tendo desdramatizado a situação.
"Estive em Basileia e em Munique este fim de semana e não me dei conta disso", revelou, apontando, antes, para a luz verde dada pela 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) ao programa de ajustamento português.
"O que vi foi o resultado da sétima avaliação [da 'troika']", disse Carlos Costa.
Ainda assim, em várias ocasiões, o governador do Banco de Portugal destacou a importância de existir "consenso" para que o programa de ajustamento em vigor no país resulte, dentro do prazo e dos montantes acordados com a 'troika'.
"O consenso social é o mais importante", destacou, escusando-se a falar sobre "o consenso político quanto à política económica" que deve ser seguida pelo país.
"Não há programas de ajustamento bem sucedidos se não forem grandes os consensos político e social. Só assim é possível encurtar o nosso programa e reduzir os sacrifícios efeitos pelos portugueses", frisou.
Carlos Costa apontou ainda para importância de ser feita uma reflexão sobre o futuro do país no período pós-'troika', considerando importante que essa matéria seja debatida no Conselho de Estado convocado pelo Presidente da República, Cavaco Silva, para o próximo dia 20 de maio.
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